Não posso negar.

Ergo a cabeça. Sigo em frente. É o que me resta a fazer. Não que eu não queira essa opção, eu sei que é o melhor para mim. Mas não é tão fácil como falar. Olhando para trás, as lembranças vêm à tona, e é quase impossível não enxergá-las vívidas em minha mente. Ocupo minha cabeça com outras coisas, me distraio. Assim vou levando. As músicas que me lembram, eu não ouço mais. As fotos que registravam, eu apaguei. As conversas que me marcavam, já não existem mais. O que existe apenas são as lembranças, mas que já não doem mais. Em meu rosto, um sorriso constante consegue camuflar os momentos de solidão que meu coração abriga às vezes. Minha disposição contribui. E vou vivendo. A cada dia que termina, uma parte do que havia antes se vai junto com o sol no horizonte. Eu admito, você ainda vive em mim. Contra a minha vontade, mas vive. Por pouco tempo.